Resgate de contêineres que caíram no mar em SP é encerrado após 7 meses de buscas

A operação de resgate dos 46 contêineres que caíram no mar em agosto de 2017, no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, foi concluída pela armadora Log-In, após a remoção de apenas 18 caixas metálicas. Uma reunião nos próximos dias encaminhará a terceira etapa dos trabalhos, que inclui a definição da multa que será aplicada à empresa e o monitoramento constante da área pelos próximos anos.

Em 11 de agosto, as caixas metálicas foram lançadas ao mar, na Barra de Santos, depois que a embarcação Log-In Pantanal foi atingida por ondas de até 4,5 metros durante a madrugada. O navio aguardava para realizar manobra de entrada no cais santista. Mercadorias, que ficaram espalhadas pela costa, foram saqueadas.

Após investigação, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), culpou o comandante e outros três oficiais do navio pelo acidente. A autoridade marítima atribuiu “negligência” aos tripulantes no relatório.

Segundo a agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sete meses após o acidente, os trabalhos de remoção das caixas metálicas foram finalizados. “Encerramos essa etapa, pois não foi possível localizar mais nenhuma caixa no fundo do mar. Agora, partimos para a terceira etapa, quando definiremos o valor da multa à empresa e exigiremos um monitoramento constante por toda a Barra de Santos”, explica.

 

A agente explica que a armadora terá a obrigação de fazer a remoção caso algum contêiner que tenha ficado submerso seja localizado na região nos próximos anos. “Infelizmente, só conseguimos encontrar esses. Tudo foi feito com a melhor tecnologia possível, mas não conseguimos localizar mais nenhum. Para aparecer um novo contêiner, pode levar anos, por isso é necessário o monitoramento”.

A multa será aplicada por conta do dano ambiental causado pelo acidente. “Não há riscos quanto à contaminação da água ou algo do tipo, mas qualquer acidente dessa natureza causa impactos no meio ambiente. Por isso, a empresa será multada”, conta.

Segundo ela, as punições aplicadas nesse caso servirão de exemplo para outras armadoras. “As empresas e os terminais precisam evitar que uma ocorrência como essa aconteça. O prejuízo será causado pela falta de responsabilidade de quem quer que seja”, finaliza.

O acidente

A queda ocorreu quando o navio estava no Fundeadouro 3 do Porto de Santos. A embarcação aguardava para realizar nova manobra para atracar em um terminal, de onde havia saído para operar o embarque de caixas metálicas em outras instalação do cais santista.

Por segurança, o canal de navegação, que serve de acesso ao complexo portuário, foi monitorado por equipamentos que identificam objetos submersos. Por quase 24 horas, a via navegável teve que ser bloqueada. A Marinha do Brasil emitiu um alerta aos navegantes por causa das caixas metálicas no mar.

Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se romperam e parte da carga se espalhou entre a Barra de Santos e a região costeira das cidades.

 

Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem contêineres que boiavam na Barra de Santos. Entre os produtos recuperados, estavam eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicleta e peças de vestuário. As mercadorias foram apreendidas e as pessoas acabaram liberadas nas delegacias.

Fonte: G1

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